15 de mai. de 2009

Ato público em SP protesta contra "ditadura digital"

Cerca de 300 militantes contrários à chamada "Lei Azeredo" se reuniram na noite desta quinta-feira (14) na Assembleia Legislativa de São Paulo. Denominada de "Ato Público contra o AI-5 Digital", em menção à ordem de censura ditatorial no Brasil, a manifestação tinha o objetivo de protestar contra a lei que tipifica os crimes cometidos na internet. (Opine sobre o tema na enquete do Adnews)

Entre os participantes do ato estavam o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e os integrantes do grupo Teatro Mágico. Apesar de afirmar que sabe pouco sobre internet, Suplicy foi convidado para a mesa de debates. "Não sei de nada sobre internet. Podem me perguntar sobre distribuição de renda, outros assuntos. Mas sobre internet, sobre esse projeto, não sei nada. Quero aprender com vocês", disse em entrevista à Folha Online.

No entanto, após final dos debates, o senador se mostrou contrário a lei e defendeu um novo texto para o tema.

No centro da mesa, os manifestantes colaram um cartaz com uma caricatura do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) com a frase "Caixa 2.0", uma alusão ao suposto esquema de compra de votos para sua campanha em 1998. Também circulava entre os presentes um panfleto do Partido Pirata Sueco, onde se explicava a origem da entidade e informava sobre a criação da 'filial' brasileira.

O panfleto também falava sobre o "Projeto Odereza", principal proposta dos manifestantes que busca a "transparência e o acesso aos direitos do cidadão".

De acordo com o deputado estadual Rui Falcão (PT), estão sendo realizadas manobras para impedir que o projeto seja aprovado. "Tenho uma filha, e nem eu monitoro o que ela vê na internet. Espero o veto do presidente da República", afirmou.

Já o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP, acredita que existam interesse econômicos por trás do projeto. "Estamos vivendo um momento policialesco. A criminalização dos movimentos sociais, criminalização do aborto, e agora a criminalização da internet. É um projeto nocivo, que tem objetivo claro de interesses econômicos atrás disso. Quem está? Indústria fonográfica, banqueiros, indústria cultural e, evidentemente, as teles", ressaltou.

Defensor e autor do parecer do projeto no Senado, Aloisio Mercadante (PT-SP) nega que a intenção seja impor a censura. "Eu também defendo a liberdade na internet --é algo que a humanidade conquistou e deve ser preservado. Mas não podemos deixar de combater os crimes na internet", diz.

Exagero

Apesar dos protestos, alguns dos presentes disseram que foi um exagero a comparação da lei com o AI-5. Para o matemático Carlos Nascimento, também conhecido como "Chester", a lei é dividida e tem seu lado positivo. "A lei é dividida. Por um lado, existe uma intenção positiva, a tipificação dos crimes. Mas o meio como é prevista, por meio de controle e monitoramento, é ineficaz e coloca o controle na mão de órgãos particulares. Ainda assim, não gosto do nome, acho muito exagero. O AI-5 teve proporções muito maiores do que está em questão aqui", disse.

Em entrevista à Folha, o senador Azeredo condenou a comparação. "Isso é um desserviço ao país. Trata-se de uma ignorância em relação à história, de pessoas que não sabem o que foi o AI-5", afirmou.

As informações são da Folha Online

Fonte:

Redação Adnews

Um comentário:

  1. Nossa, na Campus Party o pessoal do Teatro Maǵico deu maior apoio pra gente..
    Se estivesse em SP eu participaria do protesto...hehe..
    Bjos

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