17 de jun. de 2009

Twitter coordena protestos no Irã

Twitter coordena protestos no Irã

17/06/09


No terceiro dia seguido de protestos no Irã, o acesso à internet virou uma prioridade entre manifestantes que se organizam online e denunciam fraude eleitoral pelo Twitter, Facebook e SMS.

Controlar o acesso à web tornou-se fundamental para o governo do Irã tentar desarticular manifestantes que pedem novas eleições no país, após o pleito de sexta-feira (12) indicar reeleição do atual presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Desde domingo, protestos na capital do país são organizados via Twitter, troca de SMS ou mensagens deixadas em redes sociais, ferramentas que escapam à censura estatal. No Twitter, pelo terceiro dia seguido, a tag #IranElection aparece como a mais popular na lista de trading topics.

Entre as mensagens encontradas estão informações como “o protesto das 17 horas está confirmado” ou “Mohammad Khatami (ex presidente iraniano) está do nosso lado e marchará em protesto ao lado de Mir-Hossein Mousavi (candidato oposicionista nas eleições).

Usuários reclamam no Twitter de lentidão excessiva na web local e do bloqueio de mensagens SMS pelas operadoras iranianas, acusando o governo de tentar inibir a comunicação popular. Meios tradicionais de comunicação, como TVs e jornais pedem calma à população e são sabidamente controlados pelo governo iraniano.

Um dos perfis do Twitter, o @mousavi1388 é atribuído ao próprio oposicionista Mir Mousavi e lidera as denúncias de fraude eleitoral, manipulação midiática e golpe contra o desejo legítimo da população local.

Muitos usuários do Twitter pedem que o americano Barack Obama use uma gravata verde em sinal de apoio a Mousavi. A gravata é um símbolo de rebeldia no Irã, por ser um acessório notadamente ocidental e a cor verde uma referência à campanha de Mousavi.

A relevância do Twitter nos protestos iranianos levou a ferramenta de microblog a adiar uma atualização programada que deixaria o serviço fora do ar.

Outro episódio envolvendo o uso da web foi o ataque de negação de serviços movido contra sites oficiais iranianos, como o da presidência re república e do ministério das relações exteriores.

Ataques de negação, chamados de DDOS na sigla em inglês, são caracterizados por um modo artificial de fazer muitas requisições a um único servidor, sobrecarregando-o e forçando o equipamento a não dar conta dos usuários que tentam carregar a página.

Fonte:

Felipe Zmoginski, de INFO Online

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